terça-feira, 1 de julho de 2014

Renan fala sobre novo EP da banda FONES "Minha existência é um crime"

Considerada uma das principais bandas do atual cenário alternativo sorocabano, o Fones - banda de garage rock formada em 2012 no bairro Éden - prepara-se para o lançamento do seu segundo EP, intitulado "Minha Existência É Um Crime". Formado por Renan Pereyra (guitarra/vocal), Paulo Augusto (baixo) e Jefferson Viteri (bateria), o grupo atingiu destaque nacional com o lançamento do EP debut, "Revólver", e levou multidões aos primeiros shows. 

Além das apresentações, que aconteceram principalmente em Sorocaba-SP e na capital, o grupo atingiu rapidamente um grande público na web e ganhou destaque em diversos veículos especializados na época. Agora, com o novo trabalho, o trio dos garotos fãs de punk rock espera repetir o feito de 2012 e expandir ainda mais sua música. Conversamos com o vocalista e guitarrista Renan Pereyra para saber os detalhes do disco e o futuro da banda.

A entrevista inédita vocês conferem logo abaixo. 



- Para quando este previsto o lançamento do novo EP?

Renan Pereyra: Não queremos prometer nada, já que nossas previsões são sempre muito ruins. Estamos começando as gravações e o processo será um pouco lento. Mas, se tudo sair como esperamos, entre agosto e setembro. Vamos nos esforçar para que assim seja.

- De onde vem o título do EP, "Minha Existência É Um Crime"?

R.P: É uma ao alusão estado político-espiritual em que nos encontramos atualmente. Eu me sinto um criminoso em tempos modernos, mas realmente estou convicto de que isso não se trata de algo tão ruim. Unilaterismos à parte, prefiro que cada pessoa tenha sua própria interpretação sobre o questamos dizendo, até porque na maioria das vezes estamos falando sobre nós mesmos. A leitura particular é o rock and roll. Foda-se o que Sancho Pança pensa sobre isso

- No que as letras desse EP são inspiradas?

R.P: Assim como em Revólver, as letras são inspiradas especialmente em nossas próprias vidas, privadas ou políticas. Costumo dizer que tudo o que nós vivemos influencia diretamente a nossa arte: nossos traumas & frustrações, amigos, os excessos, a arte, a política, as drogas, o céu, a rua, a literatura. Só sei que nunca gostei de dizer o óbvio de forma óbvia; e menos ainda o complexo de forma complexa. Resumindo: o disco fala sobre acordar certa manhã de um sonho agitado e perceber que você se transformou, durante o sono, em uma espécie monstruosa de inseto.    

- A pegada das músicas será muito diferente das canções de "Revólver"?

R.P: Receio que não. Creio que pouca coisa tenha mudado de lá para cá... então não sei o que as pessoas pensarão sobre isso. O que vai soar diferente é a produção. 

- Se fosse descrever o "Minha Existência É Um Crime" em poucas palavras, o que diria?

R.P: Eu diria: 'Aqui está, novamente, a maior banda de rock and roll do Brasil de todos os tempos'. Odiamos sarcasmo. 

- A galera já ouviu algumas músicas do EP ao vivo. Pela reação, você acha que o trabalho terá uma boa repercussão e aceitação?

R.P: Eu acho que as pessoas estão um pouco enjoadas do Fones, pois estamos há muito tempo sem lançar. Isso é bem compreensível, levando em consideração que nem nós mesmos estávamos nos aturando mais. Apesar disso, nos últimos shows sentimos questamos novamente conseguindo mobilizar parte daquele público gigantesco que nos acompanhava no início. E isso é realmente bom porque nos passa confiança. Estamos tentando tocar o mínimo possível por aqui até que o novo trabalho esteja concluído. Sobre as novas músicas, temos recebidos críticas positivas.     

- Pode dizer alguns títulos das músicas que estão por vir no EP só para deixar um gostinho?

R.P: Cara, prefiro não responder isso porque mudamos pra caralho o nome de nossas músicas. Isso acontece porqudamos um título provisório a elas durante os ensaios, mas isso prossegue mesmo em alguns shows. Enfim... duas que temos tocado bastantdevem permanecer assim são "Ravelli" e "Olhos Azuis". 

- Saindo um pouco do assunto do novo EP... durante toda a história da banda, que vem desde 2012, quais foram as maiores dificuldades e 'perrengues' que passaram?

R.P: Acho que nunca saímos dessa fase pra ser sincero haha. Mas logo quando a banda começou a ganhar visibilidade, eu e os caras largamos nossos empregos para investirmos totalmente no projeto. Não me arrependo disso, pois grande parte do nosso desenvolvimento se deve a essa empreitada. Porém, o tempo passou e acabamos percebendo que talvez aquela não havia sido a melhor coisa a se fazer - já que estávamos em péssimas condições psicológicas envolvidos com dezenas de monstros do Lago Ness. "Mate ou deixe morrer". Vi essa frase pichada em tinta vermelha na fachada de um banco do centro certa vez. Você acha mesmo que a vida desses caras é divertida? 

- Fones é uma banda barulhenta, de som potente e rasgado, puxado para o punk rock e o grunge. Vocês acham que na cena musical de Sorocaba, com tanta banda de metal fazendo festivais, vocês ficam em desvantagem?

R.P:Depende do que as pessoas entendem por desvantagem. Temos muitos amigos desse meio e até já nos apresentamos em um festival de metal, no Éden. Mas musicalmente falando, eu não gosto de metal e tenho ânsia quando ouço bandas estilo Angra e Helloween. Gostos à parte, temos o maior respeito pelo movimento e torcemos muito pela cena como um todo. Fora isso, não acho que os demais estilos estejam em desvantagem. Estamos envolvidos em alguns projetos que devem movimentar ainda mais a cidadnos próximos meses. Viva o Hard Rock. 

- Quão gratificante é ver o som de vocês tendo tanta repercussão?

R.P.:Nós realmente não esperávamos por isso. Quando criamos o Fones, a ideia era apenas fazer um contra-ponto ao indie-rock-virtuous-The-Edge questava rolando no Brasil. Nada contra a elaboração sintática da música de farmácia, mas sentíamos falta do punk rock visceral e caótico. E pelo visto as pessoas também sentiam. Em poucos meses passamos a arrastar um grande público para os shows, ganhamos destaquem diversos veículos e os acessos às nossas músicas na internet cresceram de forma assustadora, inclusive fora do país. Isso se deve ao nosso trabalho de divulgação também, obviamente, mas acho que o principal mesmo é o nosso público. Sentimos que o nosso som sexpande de forma célere, como um câncer-incógnita, por conta deles; e isso é um barato. Até porque os acessos continuam crescendo paulatinamente... e isso demonstra que nosso trabalho continua tendo repercussão por aí, mesmo sem grandes novidades. Aproveitandodeixo aqui o nosso muito obrigado a todos vocês que importunam seus semelhantes com o nosso som... Estamos contentes com o rumo que as coisas estão tomando. Agradecemos também: Jesus Cristo, Charles Darwin, Centro de Ufologia Brasileiro e, especialmente, Courtney Love. Mas foda-se o Cristianismo. Foda-se o Darwinismo. 



Agradeço desde já ao Renan por ter respondido todas nossas perguntas com sua simpatia, agora só nos resta esperar pelo lançamento do EP e conferir a nova levada de músicas da FONES. Obrigado pela entrevista foi uma honra te ter por aqui, valeu Renan!


A todos os leitores peço-lhes que sempre que quiserem ver sua banda ou banda de algum amigo por aqui basta nos enviar um recado lá na nossa página no facebook.

Sorocaba, A cena e O Som

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